OS TIPOS DE INTERVENÇÕES UTILIZADAS NA
EDUCAÇÃO E/OU TRATAMENTO DO AUTISMO.
Antes de falar de intervenções ou terapias educacionais possíveis para
melhorar a qualidade de vida dos portadores de autismo e suas famílias,
julga-se importante salientar o fato deste transtorno, atraso ou funcionamento
anormal afetar antes dos três anos de idade pelo menos uma das seguintes áreas.
1.
Interação social;
2.
Linguagem usada na
comunicação social;
3.
Imaginação.
Partindo desse pressuposto poderá haver o questionamento se o autismo
tem cura. Ainda não se pode falar em cura para o autismo. O indivíduo com esta
síndrome pode ser tratado e a partir daí desenvolver as suas habilidades de uma
forma muito mais intensiva do que outra pessoa que não tenha esse diagnóstico,
no entanto, sempre existirá dificuldade nas áreas caracteristicamente atingida
pela síndrome, como interação social, comunicação, etc.
De acordo com o grau de comprometimento a possibilidade do autista
desenvolver a comunicação verbal, interação social, alfabetização e outras
habilidades dependerá da intensidade e adequação do tratamento, mas é
intrínseca, a sua condição de autista, ou seja, ele terá maior dificuldades
nestas áreas do que uma pessoa “normal”.
Segundo Schwartzman et al
(1995):
superar a barreira
que isola o indivíduo autista do “nosso mundo”, não é um trabalho impossível.
Apesar de manter as suas dificuldades, dependendo do grau de comprometimento, o
indivíduo autista pode aprender os padrões “normais” de comportamento,
exercitar a sua cidadania, adquirir conhecimentos e integrar-se de maneira
satisfatória na sociedade (p.187).
Existe uma variedade de tratamentos propostos, no entanto
será citado somente alguns desses tratamento utilizado tanto para o portador de
autismo como para outros atrasos de desenvolvimento.
· Método TEACCH;
· Natação;
· Musicoterapia;
· Equinoterapia;
· Golfinoterapia;
· Software Educativos;
· Teoria da Mente;
· Terapia da Palavra;
· Holding ou Terapia do Abraço;
· PECS
· Pedagogia Waldorff
· Etc.
Como se pode observar tem sido variada a gama de modelos de intervenções
e de terapias utilizadas para desenvolver as habilidades no autista, desde intervenções médicas, terapêuticas e
psicológicas. No entanto, nosso trabalho irá abordar somente os programas que
envolvam as esferas de atendimento educacional e clínico.
Ao pretender educar um sujeito autista deve se ter claro quais as metas
a alcançar e assim buscar desenvolver ao máximo suas habilidades e competências
favorecendo desta forma seu bem-estar emocional, bem como seu equilíbrio
pessoal de uma forma harmoniosa,
tentando aproximá-lo de um mundo de relações sociais significativas.
Assim ao elaborar um programa de intervenção, deve-se considerar os
diferentes níveis de comprometimentos nos portadores de autismo, pois o
critério para a escolha dos objetivos está no próprio potencial de cada
educando. Assim de acordo com Schwartzman (1995):
“Entre alunos portadores de necessidades educativas especiais são
maiores as diferenças individuais, por isso o cuidado com a elaboração de um
programa individualizado”(p.214).
Dessa forma, os métodos utilizados com os sujeitos autistas devem estar
centrados nas necessidades de cada um. Dessa forma o educador deve estar atento
em quais canais de comunicação apresentam-se mais receptivo a uma estimulação.
Pois uns podem ter um rendimento satisfatório na estimulação visual, outros na
estimulação auditiva e outros na estimulação tátil, e assim por diante.
Vale ressaltar que a avaliação deve ser global, cuidadosa e detalhada
através do uso de um roteiro de observação baseado numa escala de
desenvolvimento, com o objetivo de traçar o perfil do educando para que o
professor tenha subsídios mais fidedignos para a elaboração do Plano Individual
de ensino(PIE).
3.1 – Intervenção Clínica
3.1.1 - Musicoterapia.
A musicoterapia é considerada uma ciência paramédica que estuda a
relação do homem com o som e a música. Santos (2004) comenta que ”A influência
fisiológica e psicológica do som no cérebro traz inúmeros benefícios à pessoa”.
Assim, a sua aplicação têm sido junto a pacientes portadores de deficiências
físicas, como paralisia e distrofia muscular progressiva. As deficiências
sensoriais(visual e auditiva) e as síndromes genéticas (Down, Turner e Rett)
também contam com essa opção como tratamento complementar. Distúrbios
neurológicos (lesões cerebrais, dislexia, disfonias, entre outros) e doenças
mentais, como esquizofrenia, autismo infantil, depressões e distúrbios
obsessivo compulsivo também podem se beneficiar com essa terapia.
A música relaxa e tranqüiliza as crianças podendo ser usada também como
um recurso para trabalhar a linguagem. A percepção corporal através da dança
também fará parte do processo terapêutico. Com isso, a criança passa a ter
contato consigo mesma e com o outro, é uma forma de integrá-la ao meio.
Alguns autistas adoram música e é recomendado que o tratamento com esse
método se inicie o quanto antes, pois a música encoraja, acalma, ajuda a
descontrair, entusiasma, favorece a associação e lembrança entre fatos e
acontecimentos, além de propiciar uma maior integração com as pessoas.
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